quinta-feira, 29 de março de 2012

Demônio!


Estou cansado, sem forças para aguentar uma vidinha mais ou menos, estou fraco e com medo de lutar pelos meus ideais, sentimentos selvagens, paixão, ódio, vontade de ser, vontade de fazer, sentimentos gritando por liberdade, sinto-me sufocado, sinto-me descontrolado, a voz da revolta grita em minha cabeça, a voz da rebeldia ecoa por entre minhas entranhas, e por fim nasce o alter ego do desespero.

È ele que me controla, respira o mesmo ar que respiro, ocupa o mesmo corpo que ocupo, sinto algo que nunca havia sentido, resolvo fazer o que nunca havia sido feito, quebro as enferrujadas correntes em meus pulsos e compartilho do prazer de ser livre desse demônio do rock que percorre minhas veias, já nem me lembro mais daquele ingênuo que fui um dia, nem me lembro mais daquele ratinho covarde do passado, me renovo, me desperto para o mundo, porque me conformar com o mais ou menos se agora tenho em minha alma o arrogante poder da revolta, há fogo nos meus olhos, ironia em meu sorriso, há uma pintura abstrata da selvageria em meu coração.

O cigarro que fumo me inspira, o uísque que tomo me agita, os corações que explodo me satisfazem. O demônio e o humano, a fúria e a paixão, o medo e a ingenuidade, o melhor e o pior da vida, talvez um dia eu sinta falta de quem eu era talvez um dia perceba o alívio que a inocência era capaz de trazer, mas no momento é ele quem dita às regras, é ele quem me acompanha, é ele que me faz voar entre o paraíso e o inferno.

Sorrio para o reflexo embaçado do passado e finalmente grito a plenos pulmões: “Eu sou o demônio e controlo a porra da minha vida.”.

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