Estou
cansado, sem forças para aguentar uma vidinha mais ou menos, estou fraco e com
medo de lutar pelos meus ideais, sentimentos selvagens, paixão, ódio, vontade
de ser, vontade de fazer, sentimentos gritando por liberdade, sinto-me
sufocado, sinto-me descontrolado, a voz da revolta grita em minha cabeça, a voz
da rebeldia ecoa por entre minhas entranhas, e por fim nasce o alter ego do
desespero.
È
ele que me controla, respira o mesmo ar que respiro, ocupa o mesmo corpo que
ocupo, sinto algo que nunca havia sentido, resolvo fazer o que nunca havia sido
feito, quebro as enferrujadas correntes em meus pulsos e compartilho do prazer
de ser livre desse demônio do rock que percorre minhas veias, já nem me lembro
mais daquele ingênuo que fui um dia, nem me lembro mais daquele ratinho covarde
do passado, me renovo, me desperto para o mundo, porque me conformar com o mais
ou menos se agora tenho em minha alma o arrogante poder da revolta, há fogo nos
meus olhos, ironia em meu sorriso, há uma pintura abstrata da selvageria em meu
coração.
O
cigarro que fumo me inspira, o uísque que tomo me agita, os corações que
explodo me satisfazem. O demônio e o humano, a fúria e a paixão, o medo e a
ingenuidade, o melhor e o pior da vida, talvez um dia eu sinta falta de quem eu
era talvez um dia perceba o alívio que a inocência era capaz de trazer, mas no
momento é ele quem dita às regras, é ele quem me acompanha, é ele que me faz
voar entre o paraíso e o inferno.
Sorrio
para o reflexo embaçado do passado e finalmente grito a plenos pulmões: “Eu sou
o demônio e controlo a porra da minha vida.”.
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